quarta-feira, 23 de junho de 2010
Pipi nas alturas
Tenho um causo bizarro para narrar. Estava eu no avião, voltando pra Porto Alegre, quando minhas pernas sinalizaram que eu deveria fazer xixi. Bueno, chamei a aeromoça que veio com uma cadeirinha de rodas ridícula que a companhia aérea disponibiliza na aeronave. A cadeirinha é minúscula, estreita e mal cabe uma nádega da pessoa no acento. Um pega nos braços, outro embaixo dos joelhos. Me transferiram para a bendita silla. Fui guiada, me segurando onde dava, morrendo de medo de escorregar, me equilibrando no hemisfério direito do glúteo esquerdo. Adivinha se a cadeirinha entrou no banheiro do avião? Claro que não! Aliás, eu acho de uma cara de pau sem tamanho ter um adesivo com o símbolo da acessibilidade colado na porta daquela espelunca que mal suporta um ser humano de estatura mediana. Obesos, pessoas altas e cadeirantes são privados de urinar durante o voo ou então são obrigados a fazer pipi de forma grotesca. Tirem as crianças da sala. Vou contar como tirei a água do joelho a sei lá quantos mil pés de altitude. Pedi pra aeromoça fechar aquela cortina que elas usam pra preparar o serviço de bordo, sabe? E ali atrás, comecei o procedimento de sondagem. Pensa numa cena constrangedora, pensa. Agora multiplica por mil, eleva ao quadrado… Como eu estava muito mal equilibrada na cadeirinha ridícula, uma das aeromoças (eram duas na cena) ficou acocada na minha frente, segurando minhas pernas. Ainda vestida, comecei a separar o material para fazer pips de quebrado: sonda, xilocaína, gaze, água boricada, saco coletor… A cara delas de espanto era algo. Quando peguei a seringa da oxibutinina, faltou perguntarem se além de paraplégica eu era junkie. Tudo pronto, começei a baixar as calças, e fui obrigada a passar a sonda no ‘escuro’. Não usei o espelho que sempre uso porque se eu tirasse completamente as calças a berenice ia ficar cara a cara com a aeromoça que segurava minhas pernas. Diz, se eu ou qualquer outro cadeirante merece isso?! Diz, também se a aeromoça merece ter a genitália dos passageiros a cinco centímetros da sua cara?! Por favor! ‘Zorra’, o que custa fazer um banheiro maior? E aí sim, colar a porcaria do adesivo azul com a cadeirinha branca.
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6 comentários:
É... Eu tenho 1,90 mts, e é complicado para mim também. Agora esta sua cena ninguém merece!
Quando? Quando será que seremos tratados como um igual? A especie humana tem uma variedade enorme de tipos, e algumas pessoas possuem uma necessidade diferente do “normal”, e o que é ser normal, em uma especie tão desigual e com muitas variedades. Quando seremos tratados como um ser humano de variedade e ou com necessidade diferente, mas seres humanos enfim!
Ju,
Tem um tempinho que acompanho seu blog, mas hj resolvi dar o ar da graça. Que situação péssima heim? Também sou deficiente física e posso imaginar muito bem o que vc sentiu. Sabe o que é pior? é que essa provavalmente não foi a primeira vez que essa companhia aérea passou por isso, portanto acho que já passou da hora desse povo se preparar para nos receber. Adoro seu jeito de escrever viu?! Bjks
E AÍ JU....
CARACA MEU... A ENGENHARIA ESTA TÃO AVANÇADA NEH, MAIS O Q NÃO ESTA AVANÇADA É A CABEÇA DESSES MERDAS DE ENGENHEIROS QUE SÓ PENSA NO UMBIGO DELES.... POXA TEM QUE PENSAR EM TUDO E TODOS.
FAZ UM BANHEIRO MAIOR PRA QUE TODOS POSSAM ENTRAR E FAZER SUAS NECESSIDADES SEM QUE NINGUEM FIQUE OLHANDO NEH!
BJUS LINDONA.
ANA CELIA
Juju..quer dizer que a 'perseguida' tem nome...Berenice...kkkkkk bj
Oi,Ju!Tudo bem?Graças a Deus que nas poucas vezes que viajei de avião,não precisei fazer o cat ainda.
Realmente é muita falta de respeito com a gente.
Adoro seu blog.
Beijinhos
Dê
Oi Ju, imagino como a situação foi constrangedora. Pras mulheres essas situações se tornam ainda mais difíceis né? Por questões meramente anatômicas. Nós homens temos a opção de usar o coletor urinário, o que facilita bastante nessas horas. Tá na hora de fazerem banheiros melhores nos aviões mesmo e pelo menos por enquanto tirar aquela porra daquele adesivo que n serve pra nada. Bjos
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