quinta-feira, 29 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Atualizando
Precisando da minha terapia bloguistica... Faz muuuuito tempo que não escrevo, então tem várias novis para registrar.
Primeiro: ESTOU MORANDO SOZINHA! Yeah, aos 45 do segundo tempo cumpri a meta de sair de casa antes dos trinta. Tá maravilhoso demais ter meu cantinho, do meu jeito, receber os amigos pra jogar wii. A vista da janela é incrível. Do corredor dá pra ver o por do sol no guaíba. Ainda tem tralhas nas caixas mas a casa tá relativamente em ordem. Claro que toda essa alegria tem um preço e morar só tem suas desvantagens, em especial quando não se caminha. Dia desses tomei o primeiro fatalit: cai no banheiro. Tava transferindo pra tomar banho quando quebrou uma porrinha da cadeira higiênica. Tentei voltar pra minha cadeira mas o bundão pesou demais e faltou aquela musculação que tô prometendo faz horas. Fiquei pendurada entre as duas sillas. Celular sempre por perto, liguei pra mami que mora do outro lado da cidade. Enquanto esperava o resgate fui lentamente escorregando para o chão. Fiquei ali, perna cruzada que nem índio esperando o S.O.S. Tudo documentado em tempo real no FB. Graças a deus não me machuquei.
Outro malefício de morar só é a função da comida. Em um mês até agora não encostei no fogão. Já o microondas... Trabalho análogo à escravidão. E não aguento mais comer lasanha congelada!!! Hoje vou ter que chamar uma telentrega. Recém voltei de SP e não há nada na geladeira. Minto, há resquícios de uma tentativa de OPEN HOUSE à mexicana.
Veja o causo: semana passada rolou uma tentativa de janta mexicana com alguns amigos. Beta e Mimi ficaram encarregadas de ir ao super comprar os ingredientes para fazermos ceviche, guacamole e nachos. As pessoas estavam chegando quando fui conferir as compras. A tequila não veio pq tava mto cara. Okay, dá pra fazer para arriba com vodka. O peixe do ceviche deveria ser fresco, só tinha congelado. Fodeu. O abacate para guacamole tava mais duro que pau de guri de 18 anos. Sem chance. Servimos doritos com um creminho... Sucesso total.
No mais, ontem desfilei para a queridona Vitória Cuervo no 3º Concurso de moda inclusiva de SP e levamos o segundo lugar! A roupa ficou liiiiinda! Pela primeira vez na vida de cadeirante não foi uma luta colocar um longo. Parabéns pra mente mega criativa da Vi! Tava tudo ótimo até voltar pra porto alegre e passar pela milésima situação degradante num aeroporto. Adivinha se tinha a porra da acessibilidade para desembargar?! E a ironia é que hoje é o dia nacional de luta da pessoa com deficiência. Como sempre, saquei o celular e comecei a filmar tudo: eu mofando sozinha no avião esperando a cadeira, eles dizendo que iam me descer pela escada carregada... Dai a aeromoça larga: você estava filmando? Vamos ter que apagar!
Baaaaah, montei num porco brabo: "Tu enlouqueceu que vai mexer no meu celular! Eu vou é processar vcs!" E lá vamos nós pra mais um processo por danos morais contra cias aéreas.
E já que é pra fazer a terapia completa... Tb acho que tô apaixonada por um tetra alemão que tá fazendo intercambio no brasil. Derrubei ele esses dias, mas o bofe é difíiiiiiicil. Vamos ver o que acontece.
Primeiro: ESTOU MORANDO SOZINHA! Yeah, aos 45 do segundo tempo cumpri a meta de sair de casa antes dos trinta. Tá maravilhoso demais ter meu cantinho, do meu jeito, receber os amigos pra jogar wii. A vista da janela é incrível. Do corredor dá pra ver o por do sol no guaíba. Ainda tem tralhas nas caixas mas a casa tá relativamente em ordem. Claro que toda essa alegria tem um preço e morar só tem suas desvantagens, em especial quando não se caminha. Dia desses tomei o primeiro fatalit: cai no banheiro. Tava transferindo pra tomar banho quando quebrou uma porrinha da cadeira higiênica. Tentei voltar pra minha cadeira mas o bundão pesou demais e faltou aquela musculação que tô prometendo faz horas. Fiquei pendurada entre as duas sillas. Celular sempre por perto, liguei pra mami que mora do outro lado da cidade. Enquanto esperava o resgate fui lentamente escorregando para o chão. Fiquei ali, perna cruzada que nem índio esperando o S.O.S. Tudo documentado em tempo real no FB. Graças a deus não me machuquei.
Outro malefício de morar só é a função da comida. Em um mês até agora não encostei no fogão. Já o microondas... Trabalho análogo à escravidão. E não aguento mais comer lasanha congelada!!! Hoje vou ter que chamar uma telentrega. Recém voltei de SP e não há nada na geladeira. Minto, há resquícios de uma tentativa de OPEN HOUSE à mexicana.
Veja o causo: semana passada rolou uma tentativa de janta mexicana com alguns amigos. Beta e Mimi ficaram encarregadas de ir ao super comprar os ingredientes para fazermos ceviche, guacamole e nachos. As pessoas estavam chegando quando fui conferir as compras. A tequila não veio pq tava mto cara. Okay, dá pra fazer para arriba com vodka. O peixe do ceviche deveria ser fresco, só tinha congelado. Fodeu. O abacate para guacamole tava mais duro que pau de guri de 18 anos. Sem chance. Servimos doritos com um creminho... Sucesso total.
No mais, ontem desfilei para a queridona Vitória Cuervo no 3º Concurso de moda inclusiva de SP e levamos o segundo lugar! A roupa ficou liiiiinda! Pela primeira vez na vida de cadeirante não foi uma luta colocar um longo. Parabéns pra mente mega criativa da Vi! Tava tudo ótimo até voltar pra porto alegre e passar pela milésima situação degradante num aeroporto. Adivinha se tinha a porra da acessibilidade para desembargar?! E a ironia é que hoje é o dia nacional de luta da pessoa com deficiência. Como sempre, saquei o celular e comecei a filmar tudo: eu mofando sozinha no avião esperando a cadeira, eles dizendo que iam me descer pela escada carregada... Dai a aeromoça larga: você estava filmando? Vamos ter que apagar!
Baaaaah, montei num porco brabo: "Tu enlouqueceu que vai mexer no meu celular! Eu vou é processar vcs!" E lá vamos nós pra mais um processo por danos morais contra cias aéreas.
E já que é pra fazer a terapia completa... Tb acho que tô apaixonada por um tetra alemão que tá fazendo intercambio no brasil. Derrubei ele esses dias, mas o bofe é difíiiiiiicil. Vamos ver o que acontece.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Vamos fazer barulhoooo!
Roubei essa frase do Martin Luther King do blog do Felipe Mianes : "não tenho medo do barulho dos maus, mas do silêncio dos bons".
Não é fácil fazer barulho... Dá um trabalho... E pra fazer barulho que eu tô até agora na Assembleia. Terminei a edição do Vídeo de chamada para a Passeata do Movimento Superação deste ano. Já marca aí na agenda, dia 21 de agosto é hora da galera do bem ir pra rua fazer muito barulho. Falta muito ainda pra gente ter um mundão acessível pra todo mundo, mas se lutarmos todos juntos, a cousa vai andar mais rápido. E pensando na acessibilidade que fiz o vídeo com audiodescrição e libras. Repercute aí! Ajuda a divulgar! Colá lá na Redenção junto com o Dragão!
Para assistir o vídeo, me clica!
Não é fácil fazer barulho... Dá um trabalho... E pra fazer barulho que eu tô até agora na Assembleia. Terminei a edição do Vídeo de chamada para a Passeata do Movimento Superação deste ano. Já marca aí na agenda, dia 21 de agosto é hora da galera do bem ir pra rua fazer muito barulho. Falta muito ainda pra gente ter um mundão acessível pra todo mundo, mas se lutarmos todos juntos, a cousa vai andar mais rápido. E pensando na acessibilidade que fiz o vídeo com audiodescrição e libras. Repercute aí! Ajuda a divulgar! Colá lá na Redenção junto com o Dragão!
Para assistir o vídeo, me clica!
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Correria
Sim, a quebrada aqui não anda, mas a correria tá grande. Peguei a chave do apê!!!! Muita alegria, emoção e frio na barriga (mentira, nem sinto, sabe como é, lesão alta...).
No mais, mega correria para os preparativos finais do Seminário sobre Mídia e Deficiência e a ação de flahsmob para divulgar a passeata do superação dia 21 de agosto e abertura da semana de valorização da pessoa com deficiência.
Cada vez que eu me estresso com a organização dessas paradas todas, e sinto brotarem chusmas de cabelos brancos eu penso: vai valer a pena, vai valer a pena. É tipo um mantra, "vai valer a pena", "vai valer a pena". Repete comigo que a vibe fica mais forte!
No mais, mega correria para os preparativos finais do Seminário sobre Mídia e Deficiência e a ação de flahsmob para divulgar a passeata do superação dia 21 de agosto e abertura da semana de valorização da pessoa com deficiência.
Cada vez que eu me estresso com a organização dessas paradas todas, e sinto brotarem chusmas de cabelos brancos eu penso: vai valer a pena, vai valer a pena. É tipo um mantra, "vai valer a pena", "vai valer a pena". Repete comigo que a vibe fica mais forte!
domingo, 24 de julho de 2011
Amanhã
Final de semana difícil em Nova Prata. Amanhã pego a chave do apê. Frio na barriga e expectativa de muita paz na minha casinha!!!
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Programação do Seminário
Gentém, depois de uma trabalheira danada (certo que ganhei vários fios de cabelo branco), eu tenho a felicidade de convocar as pessoas com deficiência para um grande bate-papo com a turma da imprensa. Sim, porque a tão esperada e desejada inclusão que nós queremos depende essencialmente de uma profunda mudança cultural. E a construção dessa "rampa" na cabeça das pessoas pode ser bem mais rápida com o apoio da mídia. Ações de marketing social em novelas e filmes mostraram seu poder nos últimos anos. A imprensa também tem seu papel ao quebrar preconceitos através da informação e ao mostrar uma imagem positiva das pessoas com deficiência.
Acessibilidade aos meios de comunicação é outro ponto fundamental para a inclusão. Como ter pessoas cegas e surdas cidadãs se elas não tem acesso à informação?! Os recursos que permitem o acesso à informação são lei no Brasil. Além de permitirem a plena participação, eles aumentam o sentimento de representação.
Bueno, desde o começo do ano estou à frente de um projeto chamado Assembleia Inclusiva e dentre várias ações estamos promovendo o Seminário Mídia & Deficiência: qual o papel da comunicação no processo de inclusão?
Será um grande debate entre jornalistas com e sem deficiência, profissionais que atuam nos grandes veículos de comunicação, professores dos cursos de comunicação (afinal essa pauta tem que estar na universidade, no currículo dos futuros comunicadores), representantes das pessoas com deficiência e também do queridão Jairo Marques, jornalista cadeirante que é chefe de reportagem da Agencia Folha e assina o blog Assim como Você.
Vamos distribuir no encontro um pequeno Manual de Mídia Inclusiva para facilitar a vida dos jornalistas quando o tema for "pessoa com deficiência".
Te liga na programação. Só gente fina elegante e sincera.
Programação:
08h - 08h30 Credenciamento e Inscrições
08h30 - 09h Abertura
Presidente da Assembleia Legislativa -Dep. Adão Villaverde
Presidente da FADERS - Cláudio Silva
Presidente do grupo Record RS - Fábio Tucilho
Gerente de Recursos Humanos do grupo RBS - Fernanda Damiani
Diretor de Jornalismo do grupo Bandeirantes RS - Renato Martins
09h - 10h Painel 1 - MÍDIA PARA INCLUSÃO
Relato: Gustavo Trevisi - jornalista com paralisia cerebral, atua na Secretaria Estadual da Saúde
Jairo Marques - Chefe de reportagem da Agência Folha, coordenando a produção da equipe de correspondentes nacionais do jornal e mais um grupo de repórteres na sede, em São Paulo, e colunista do caderno Cotidiano, onde escreve quinzenalmente às terças-feiras. Assina também o blog Assim como Você, que
trata de temas relacionados às pessoas com deficiência. Utiliza cadeira de rodas desde a infância.
Edelberto Behs - Coordenador do curso de jornalismo da UNISINOS
Givanildo Menezes - Gerente de jornalismo da Record
Mediação: Juliana Carvalho - Coordenadora do Projeto Assembleia Inclusiva, coordenadora do Movimento Superação RS, apresentadora do programa Faça a Diferença. Autora do livro Na minha cadeira ou na tua?. Assina os blogs Sem Barreiras, do grupo RBS, e o Comediasdavidaaleijada.blogspot.com
10h - 10h30 Aberto para Debate
10h30 - 10h45 Intervalo
10h45 - 11h30 Painel 2 - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA MÍDIA
Jairo Marques - Chefe de reportagem da Agência Folha, coordenando a produção da equipe de correspondentes nacionais do jornal e mais um grupo de repórteres na sede, em São Paulo, e colunista do caderno Cotidiano, onde escreve quinzenalmente às terças-feiras. Assina também o blog Assim como Você, que trata de temas relacionados às pessoas com deficiência. Utiliza cadeira de rodas desde a infância.
Manoel Soares - Repórter da RBS
Ercy Pereira Torma - Presidente da Associação Riograndense de Imprensa
Vitor Necchi - Diretor do curso de jornalismo da FAMECOS
Mediação: Roberto Oliveira - Presidente do Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência
11h30 - 12h15 Aberto para Debate
12h15 - 14h Intervalo para Almoço
14h - 15h Painel 3 - ACESSIBILIDADE AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Relato: Juliana Carvalho - Coordenadora do Projeto Assembleia Inclusiva.
Representante da FENEIS
Lelei Teixeira - Jornalista e sócia da Pauta Assessoria.
Deca Soares - Coordenadora de Produção da Zero Hora
Deivison Campos - Coordenador do curso de jornalismo da ULBRA
Mediação: Jorge Amaro Borges - Chefe de gabinete da FADERS
15h - 15h30 Aberto para Debate
15h30 - 15h45 Intervalo
15h45 - 16h45 Painel 4 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO NA COMUNICAÇÃO
José Maria Rodrigues Nunes - Presidente do sindicato dos jornalistas do Rio Grande do Sul
Ana Cristina Cypriano Pereira - Relações Públicas, Especialista em Educação Tecnológica Inclusiva. Mestre em Educação pela UFRGS na área de Educação Especial e Processos Inclusivos. Professora da FABICO.
Guilherme Castro - Diretor de Programação da TVE
Vivian Missaglia - Professora universitária e Pesquisadora em Saúde, Educação e Inclusão. Colaboradora da Inclusive. A Inclusive - revista digital de direitos humanos, cidadania e inclusão social (www.inclusive.org.br) é um projeto autônomo e colaborativo que tem como foco a promoção da inclusão social por meio da produção e veiculação de conteúdos informativos sobre educação e direitos humanos relacionados a segmentos sociais em situação de vulnerabilidade, em especial às pessoas com deficiência.
Mediação: Paulo Brum - Secretário Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social
16h45 - 17h15 Aberto para Debate
17h15 - 17h45 Encerramento
André Pereira - Superintendente de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
O quê? Seminário Mídia & Deficiência: qual o papel da comunicação no processo de inclusão?
Quando? 27 de julho de 2011
Onde? Teatro Dante Barone - Assembleia Legislativa - Entrada pela esplanada
Inscrições: escola.legislativo@al.rs.gov.br
terça-feira, 12 de julho de 2011
E a terra gira
Domingo, depois de duas semanas de atraso, meus irmãos finalmente conseguiram ir pra Nova Zelândia. Foi foda. Um porque eu já estava bem contente com a ideia do meu mano morar de novo no Brasil. Dois porque a minha maninha caçula querida de um metro e oitenta era minha parceirona. Agora os dois estão láaaa do outro lado do mundo e tenho que tocar a vida aqui.
O primeiro passo, ou rodada, foi dado. Entreguei hoje na imobiliária os papéis para alugar um apê no centro. Caiu do céu. Em frente a assembleia, é só atravessar a rua e estou lá. Chega de gastar com táxi (sim, porque o passatão se entregou faz um mês e até agora o mecânico não conseguiu arrumá-lo). Entonces, em menos de duas semanas devo estar sem carro (vou vender!!!) e de casa nova! Aos poucos o medinho de ficar sozinha e passar aperto vai dando lugar ao prazer de ter meu cantinho, com a minha cara. Uma nova fase começa. Tchau, fezes.
O primeiro passo, ou rodada, foi dado. Entreguei hoje na imobiliária os papéis para alugar um apê no centro. Caiu do céu. Em frente a assembleia, é só atravessar a rua e estou lá. Chega de gastar com táxi (sim, porque o passatão se entregou faz um mês e até agora o mecânico não conseguiu arrumá-lo). Entonces, em menos de duas semanas devo estar sem carro (vou vender!!!) e de casa nova! Aos poucos o medinho de ficar sozinha e passar aperto vai dando lugar ao prazer de ter meu cantinho, com a minha cara. Uma nova fase começa. Tchau, fezes.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Compartilhem!!!
Dia 27 de Julho na Assembleia Legislativa do RS
Seminário Mídia e Deficiência: qual o papel da comunicação no processo de inclusão?
Jairo Marques, Romeu Kazumi Sassaki, representantes do Grupo RBS, grupo Record, grupo Bandeirantes, das faculdades de comunicação (FABICO, FAMECOS, ULBRA e Unisinos) e das entidades de pessoas com deficiência pela primeira vez se unem com um objetivo: acelerar a inclusão das pessoas com deficiência.
terça-feira, 28 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
O trabalho começa a aparecer
Faça a Diferença é o nome do programa que Juliana Carvalho, 29 anos, apresenta há três anos na TV Assembleia. Mas bem que poderia ser um slogan da vida dessa servidora, que vem conseguindo mobilizar o legislativo gaúcho para a causa da inclusão.
Depois de ter ingressado no serviço público por meio de cotas para pessoas com deficiência, em 2004, a publicitária que vive desde os 19 anos em uma cadeira de rodas – em consequência de uma inflamação na medula provocada por lúpus – não se conformou em trabalhar como técnica na ouvidoria. Ciente de suas capacidades, batalhou até conseguir ser transferida para a TV. Vencido o desafio pessoal, hoje trabalha para transformar toda a Assembleia. Com apoio da presidência da Casa e de outras parcerias, liderou neste ano a criação de um grupo de trabalho sobre o tema e agora está envolvida no planejamento de uma série de iniciativas, como a semana de valorização da pessoa com deficiência, que será realizada em agosto e terá desde desfiles de moda inclusiva até a demonstração de esportes paraolímpicos na rampa da Assembleia. Para ajudar na sensibilização, são realizadas vivências práticas. Até o superintendente-geral da Assembleia, Ricardo Haesbaert, já percorreu a Casa em uma cadeira de rodas e foi vendado para passar pela experiência.
– Nossa ideia é transformar a Assembleia em um modelo de instituição pública inclusiva. Isso não é favor, não é caridade. É lei, é direito – diz Juliana, destacando conquistas como a lei da acesssibilidade.
Fonte: Zero Hora - Porto Alegre/RS - EDIÇÃO IMPRESSA - 19/06/2011
Juliana está em um estúdio de TV, tem duas câmeras voltadas em sua direção.
Depois de ter ingressado no serviço público por meio de cotas para pessoas com deficiência, em 2004, a publicitária que vive desde os 19 anos em uma cadeira de rodas – em consequência de uma inflamação na medula provocada por lúpus – não se conformou em trabalhar como técnica na ouvidoria. Ciente de suas capacidades, batalhou até conseguir ser transferida para a TV. Vencido o desafio pessoal, hoje trabalha para transformar toda a Assembleia. Com apoio da presidência da Casa e de outras parcerias, liderou neste ano a criação de um grupo de trabalho sobre o tema e agora está envolvida no planejamento de uma série de iniciativas, como a semana de valorização da pessoa com deficiência, que será realizada em agosto e terá desde desfiles de moda inclusiva até a demonstração de esportes paraolímpicos na rampa da Assembleia. Para ajudar na sensibilização, são realizadas vivências práticas. Até o superintendente-geral da Assembleia, Ricardo Haesbaert, já percorreu a Casa em uma cadeira de rodas e foi vendado para passar pela experiência.
– Nossa ideia é transformar a Assembleia em um modelo de instituição pública inclusiva. Isso não é favor, não é caridade. É lei, é direito – diz Juliana, destacando conquistas como a lei da acesssibilidade.
Fonte: Zero Hora - Porto Alegre/RS - EDIÇÃO IMPRESSA - 19/06/2011
Juliana está em um estúdio de TV, tem duas câmeras voltadas em sua direção.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Hope
Trabalhando um mooonte, mas por uma boa causa. Breve os resultados devem aparecer. Que motivo pode ser mais forte do que a esperança para nos mover?
Estou implementando um programa chamado Assembleia Inclusiva aqui na AL RS. A meta é alta, tornar a instituição um exemplo de instituição pública inclusiva. Para isso, estou fazendo um trabalho de formiguinha, conversando e sensibilizando os diretores de cada departamento. Essa função toda até faz eu me questionar se não era de ir pra política. será que alguém votaria em mim? "Eu prometo que se for eleita..."
Estou implementando um programa chamado Assembleia Inclusiva aqui na AL RS. A meta é alta, tornar a instituição um exemplo de instituição pública inclusiva. Para isso, estou fazendo um trabalho de formiguinha, conversando e sensibilizando os diretores de cada departamento. Essa função toda até faz eu me questionar se não era de ir pra política. será que alguém votaria em mim? "Eu prometo que se for eleita..."
sábado, 11 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Sobre felicidade
Afinal, o que é mesmo sucesso? Segundo a wikipedia é o oposto de fracasso. Ou, realização de uma meta, objetivo. Ou, um nível de status social.
E afinal, o que é mesmo felicidade? Também segundo a wikipedia é "um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes".
Sucesso traz felicidade? Geralmente. Mas não ajuda a manter. E fracasso traz tristeza? Pra mim com certeza. E como lidar com um sentimento tão marcante na chamada cultura familiar? Como fazer a porra da felicidade transitar definitivamente pela vida? E como achar o equilibrio com tantos planetas em escorpião e um quê de bipolaridade?
Ahá, marquei terapia pra quinta feira!
E afinal, o que é mesmo felicidade? Também segundo a wikipedia é "um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes".
Sucesso traz felicidade? Geralmente. Mas não ajuda a manter. E fracasso traz tristeza? Pra mim com certeza. E como lidar com um sentimento tão marcante na chamada cultura familiar? Como fazer a porra da felicidade transitar definitivamente pela vida? E como achar o equilibrio com tantos planetas em escorpião e um quê de bipolaridade?
Ahá, marquei terapia pra quinta feira!
Não sei um título
Quase oito horas da noite e eu ainda estou na Assembleia. Depois dizem que funcionário público não trabalha. Bueno, aos fatos: fases e fezes. Peguei o carro ontem na oficina depois de estar "à roda", gastando o que não tenho em táxi. Finalmente o passatão veio do mecânico. Mas, veio com uma gambiarra porque a porra da peça que quebrou simplesmente não existe em lugar nenhum... apesar de estar sem carro há quase três semanas (quase pagando táxi com promissória) e ter pego o carro ontem na oficina, adivinha? O carro deu problema de novo, ôe! A gambiarra não funcionou, quase fundi o motor do veículo. Uma fumaceira desgraçada saindo do capô no meio da Goethe bem na hora do rush. O melhor? Como o paraplégico vai sair do carro e avisar que ele vai explodir a qualquer momento?!?
Bueno, graças a deus minha mana tava junto. Comecei a chorar desesperada, e com a ajuda de uma alma caridosa deu pra rodar na banguela até uma rua calma e parar a porrra do carro com o motor quase fundido!
Chama o guincho, mais emoções. O cara não quis ajudar a quebrada aqui a subir na boleia porque tava com problemas nas costas (#@%*#! Má vontade mudou de nome! Paga mais um táxi pra ir pra casa!
Eis que na vida nem tudo são fezes. O motorista do táxi dessa vez não encomodou pra me levar. Seu nome era Jésus da Night (add no face) e ele tinha um astral incrível! Ajudou a mandar a tristeza embora e superar os 'probrema' da vida.
Como taxista desprezar cadeirante ainda é rotina e ainda estou a pé. Hoje, de novo um escroto não quis me levar: "a cadeira não cabe, tem gás." Na merda e na chuva, lá vem a boa vontade alheia insistir que a humanidade ainda tem solução. Um cara que estava acompanhando um outro cadeirante (e estava na mesma reunião que eu) ofereceu carona. Em terra de aleijado que anda é escravo, aceitei né?! E fiz novas amizades!
Bueno, graças a deus minha mana tava junto. Comecei a chorar desesperada, e com a ajuda de uma alma caridosa deu pra rodar na banguela até uma rua calma e parar a porrra do carro com o motor quase fundido!
Chama o guincho, mais emoções. O cara não quis ajudar a quebrada aqui a subir na boleia porque tava com problemas nas costas (#@%*#! Má vontade mudou de nome! Paga mais um táxi pra ir pra casa!
Eis que na vida nem tudo são fezes. O motorista do táxi dessa vez não encomodou pra me levar. Seu nome era Jésus da Night (add no face) e ele tinha um astral incrível! Ajudou a mandar a tristeza embora e superar os 'probrema' da vida.
Como taxista desprezar cadeirante ainda é rotina e ainda estou a pé. Hoje, de novo um escroto não quis me levar: "a cadeira não cabe, tem gás." Na merda e na chuva, lá vem a boa vontade alheia insistir que a humanidade ainda tem solução. Um cara que estava acompanhando um outro cadeirante (e estava na mesma reunião que eu) ofereceu carona. Em terra de aleijado que anda é escravo, aceitei né?! E fiz novas amizades!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Aaaaaaaaaaaaah
Hoje estou com saco cheio de tudooooo! Dor na bunda, excesso de trabalho, carro na oficina... Parece que tô na areia movediça, ou esperneando (é possível pra um cadeirante) num oceano revolto, tentando nadar sem sair do lugar. Dias melhores virão. Sempre virão. O negócio é contar até dez e força na peruca. Ou pegar uma metralhadora e sair matando quem não presta pra nada nesse mundo. Ou fumar dez carteiras de cigarro (maldita abstinência). Ou beber até cair. Ou qualquer outra atividade que alivie o estresse. As vezes chorar no banho ajuda, né? Quem sabe meditação?
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A vida e suas sutilezas
Estou tentando encontrar o equilíbrio de novo. É, porque estar bem consigo é um processo dinâmico. Não é aquele lance de tu estar bem e ficar bem pra sempre. Sabe-se lá porque, deve ser o lance do vale e da crista (lembra da aula de física?). Bueno, o fato é que ando meio quieta e triste nos últimos tempos. Sem motivo aparente. Usando a experiência, afinal já são quase trinta anos nas costas, estipulei objetivos de curto e médio prazo. É infalível pra sair da deprê.
E tento contemplar a vida. Ela nos dá respostas o tempo todo. Sexta passada fui ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, estamos gravando sobre Reforma Psiquiátrica. Entrevistei pessoas que tem transtornos mentais graves. E foi tão boa essa troca. Sim, porque quando entrevisto alguém faço uma troca. 'Eu te conto um pouco da minha história e tu me conta da tua.' Me impressionou a lucidez e serenidade de um dos entrevistados, que tem transtorno bipolar grave. Na saída, a vida e suas sutilezas. Ganhei um abraço de uma moradora que estava passando. Foi lindo.
E continuando o festival 'haja coração' segunda feira fui ao hospital de clinicas gravar sobre eutanásia. Entrevistei uma paciente com câncer terminal. Troquei experiências na verdade. Falamos sobre o impacto do diagnóstico, sobre o tratamento, sobre a vida, sobre a morte. Ela disse que é a favor da eutanásia e não quer ficar ligada a aparelhos. Ao mesmo tempo quer viver ao máximo enquanto tiver condições e disse que minha história a motivou mais ainda a continuar a luta. Foi foda.
E tento contemplar a vida. Ela nos dá respostas o tempo todo. Sexta passada fui ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, estamos gravando sobre Reforma Psiquiátrica. Entrevistei pessoas que tem transtornos mentais graves. E foi tão boa essa troca. Sim, porque quando entrevisto alguém faço uma troca. 'Eu te conto um pouco da minha história e tu me conta da tua.' Me impressionou a lucidez e serenidade de um dos entrevistados, que tem transtorno bipolar grave. Na saída, a vida e suas sutilezas. Ganhei um abraço de uma moradora que estava passando. Foi lindo.
E continuando o festival 'haja coração' segunda feira fui ao hospital de clinicas gravar sobre eutanásia. Entrevistei uma paciente com câncer terminal. Troquei experiências na verdade. Falamos sobre o impacto do diagnóstico, sobre o tratamento, sobre a vida, sobre a morte. Ela disse que é a favor da eutanásia e não quer ficar ligada a aparelhos. Ao mesmo tempo quer viver ao máximo enquanto tiver condições e disse que minha história a motivou mais ainda a continuar a luta. Foi foda.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Tá difícil...
Tô procurando faz horas uma academia que tenha acessibilidade. Tá beeeem complicado achar alguma. Ligo e pergunto: "tem acessibilidade?"
Fica um silêncio. Logo em seguida vem a resposta: "só se a cadeira dobrar pra passar pela catraca." E eu? Fico onde quando a cadeira estiver dobrada?
Ou então, vem a resposta mais comum: "Não, não temos." E ponto final. Nenhuma preocupação em atender os quebrados. Porra, depois as pernas ficam atrofiadas e põe a culpa na lesão medular, hehehe.
Não vou desistir, hey de malhar! Hey de conseguir!
Fica um silêncio. Logo em seguida vem a resposta: "só se a cadeira dobrar pra passar pela catraca." E eu? Fico onde quando a cadeira estiver dobrada?
Ou então, vem a resposta mais comum: "Não, não temos." E ponto final. Nenhuma preocupação em atender os quebrados. Porra, depois as pernas ficam atrofiadas e põe a culpa na lesão medular, hehehe.
Não vou desistir, hey de malhar! Hey de conseguir!
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Calça saruel é tecnologia assistiva
Tô no salão, bem bela me arrumando pra gravar. Dá aquela 'vontade' de fazer pipi. Vontade entre aspas mesmo porque quebrado em geral não sente essa vontade. Bueno, mas recebo um sinal das pernas que é hora de esvaziar o bixigão com uma sonda. Sempre faço isso na sala do Lala, fiel maquiador. But, a sala está ocupada. Eis que descubro uma funcionalidade fantástica nas calças saruel. Sabe aquela com o fundilho grande? Pois é, o excesso de tecido permite fazer uma cabaninha. Tchan tchan. Foi o que fiz, quase me enfiei pra dentro das calças e me sondei! No meio do salão! E ninguém viu nada :D
Quando tiver baladas inacessíveis (daquelas que é impossível entrar no banheiro) vou de calça saruel. Assim economizo espaço na bolsa e não preciso levar cangas para montar cabaninhas. Saruel rulez!
Imagem de calça saruel preta
Quando tiver baladas inacessíveis (daquelas que é impossível entrar no banheiro) vou de calça saruel. Assim economizo espaço na bolsa e não preciso levar cangas para montar cabaninhas. Saruel rulez!
Imagem de calça saruel preta
segunda-feira, 18 de abril de 2011
#Eusougay
"Sejamos Gays. Juntos.
abril 12, 2011
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —
abril 12, 2011
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —
terça-feira, 22 de março de 2011
Abrindo o coração
Os dias não tem sido fáceis. Quer dizer, acabei de fazer uma viagem incrível, inesquecível mesmo, mas é difícil voltar pra Porto Alegre e pros problemas que passam dentro da minha cabecinha maluca. Acho que sou uma pessoa extremamente carente. Pego e me apego com frequência. E o dedinho podre sempre aponta pra pessoa errada, aquela que não vai me valorizar ou logo vai perder o interesse na pessoa aqui.
Mas, parece que depois da lesão eu criei um bloqueio. Não em mim, mas nas pessoas. Tipo, faz dez anos que não namoro ninguém. Gostei de várias pessoas, mas nenhuma que segurasse a onda o suficiente pra ficar comigo de verdade. Talvez porque na minha cabeça seja uma barra muito grande e trabalhosa namorar uma garota cadeirante. Talvez porque eu seja doida demais.
Na última noite que estive em SP nessas férias rolou uma análise freudiana sobre meu caso. Dois grandes amigos, o Sid e a Cinthya, ambos cadeirantes, começaram a avaliar meu comportamento e me dizer porque acham que eu ainda estou sozinha mesmo não querendo estar. Primeiro, eles avaliaram que eu me exponho demais: tanto o lado muito porra louca e bagaceiro quando o lado carentão. Dai eu me pergunto, vale a pena mudar quem se é só pra não ficar só? Difícil. Na minha utopia ainda vai pintar o príncipe encantado que vai ser completamente apaixonado por mim exatamente desse jeito insano que sou.
As vezes sinto falta das paixões correspondidas da adolescência. De deitar na grama juntinho pra ver estrelas, de fazer sexo maluco em lugares inusitados, de deixar rolar e se entregar sem medir as consequências. De me jogar e saber que tem alguém que vai me segurar.
Mas, parece que depois da lesão eu criei um bloqueio. Não em mim, mas nas pessoas. Tipo, faz dez anos que não namoro ninguém. Gostei de várias pessoas, mas nenhuma que segurasse a onda o suficiente pra ficar comigo de verdade. Talvez porque na minha cabeça seja uma barra muito grande e trabalhosa namorar uma garota cadeirante. Talvez porque eu seja doida demais.
Na última noite que estive em SP nessas férias rolou uma análise freudiana sobre meu caso. Dois grandes amigos, o Sid e a Cinthya, ambos cadeirantes, começaram a avaliar meu comportamento e me dizer porque acham que eu ainda estou sozinha mesmo não querendo estar. Primeiro, eles avaliaram que eu me exponho demais: tanto o lado muito porra louca e bagaceiro quando o lado carentão. Dai eu me pergunto, vale a pena mudar quem se é só pra não ficar só? Difícil. Na minha utopia ainda vai pintar o príncipe encantado que vai ser completamente apaixonado por mim exatamente desse jeito insano que sou.
As vezes sinto falta das paixões correspondidas da adolescência. De deitar na grama juntinho pra ver estrelas, de fazer sexo maluco em lugares inusitados, de deixar rolar e se entregar sem medir as consequências. De me jogar e saber que tem alguém que vai me segurar.
Descaso no Salgado Filho
Faz algum tempo que a Azul e a WebJet estão operando no terminal 2 do Salgado Filho, em miúdos, o antigo aeroporto. Lá não tem finger (aquele tunel que leva ao avião) em nenhum dos portões de embarque, é tudo na remota. Bueno, estou voltando de São Paulo sábado passado - fui madrinha de casamento num Cruzeiro, o que merece um post a parte - e passei por aquele clássico constrangimento: falta de acessibilidade.
Além da cadeirante aqui, outras duas vovós beirando os noventa anos também precisavam de algum recurso para evitar as escadas. Cabe a Infraero disponibilizar o Ambulif - não tem nenhum por lá - cabe as comanhias aéreas dispor de stair trac (aquela cadeira robocob que sobre e desce escadas), a Azul tem uma mas a WebJet não. Voei pela última e me lasquei. Desceram todos os passageiros, inclusive as vovós de noventa anos, pelas escadas e eu fiquei mofando e exigindo uma coisa tão banal: o cumprimento da lei.
É soda. Tem resolução da ANAC, tem lei da Acessibilidade, o Brasil ratificou a convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência em 2008 e a coisa segue só no papel. Filmei tudo com o celular, lá vou eu meter mais um processo, mas a mentalidade das pessoas não muda. Foi uma cena ridícula. Toda tripulação esperando eu decidir se ia encarar a escada ou não, as pessoas do próximo vôo prejudicadas pelo atraso e tudo mais. Fico pensando como vai ser na Copa, nas Olimpíadas. Se as companhias já passam aperto com um cadeirante que fala português, imagina como será com uma delegação de quebrados exigindo acessibilidade em javanês .
Além da cadeirante aqui, outras duas vovós beirando os noventa anos também precisavam de algum recurso para evitar as escadas. Cabe a Infraero disponibilizar o Ambulif - não tem nenhum por lá - cabe as comanhias aéreas dispor de stair trac (aquela cadeira robocob que sobre e desce escadas), a Azul tem uma mas a WebJet não. Voei pela última e me lasquei. Desceram todos os passageiros, inclusive as vovós de noventa anos, pelas escadas e eu fiquei mofando e exigindo uma coisa tão banal: o cumprimento da lei.
É soda. Tem resolução da ANAC, tem lei da Acessibilidade, o Brasil ratificou a convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência em 2008 e a coisa segue só no papel. Filmei tudo com o celular, lá vou eu meter mais um processo, mas a mentalidade das pessoas não muda. Foi uma cena ridícula. Toda tripulação esperando eu decidir se ia encarar a escada ou não, as pessoas do próximo vôo prejudicadas pelo atraso e tudo mais. Fico pensando como vai ser na Copa, nas Olimpíadas. Se as companhias já passam aperto com um cadeirante que fala português, imagina como será com uma delegação de quebrados exigindo acessibilidade em javanês .
sexta-feira, 18 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
O meu koh koh no seu pee pee
Noite incrivelmente divertida no zero de conduta. Jantar privê esplendoroso e muita comédia. Como é bom ter amigos.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Móooo, e não é que é?
Bem interessante esse estudo da cabala. O dia em que você nasceu bate com forma de você agir... Olha o 3, sou eu escrita...
DIA DA POPULARIDADE
O nativo deste dia é um ser de rara animação, criatividade, expressão e popularidade. Pode parecer irresponsável para alguns que não o conhecem bem, mas na realidade é um ser altamente responsável, justo e prestativo com tudo e com todos. O 3 é intuitivo, original, honesto, dedicado à família e aos amigos (aos últimos, às vezes até demais).
Gosta de profissões movimentadas, aquelas em que pode aparecer e demonstrar toda a sua versatilidade, sentindo-se totalmente à vontade quando em contato com o público, gostando de ser elogiado, bajulado e de preferência sendo o centro das atenções.
Pelo seu lado extrovertido e amistoso, não suporta ser criticado, apelando para o sentimentalismo daqueles que o criticam ou simplesmente lhe dão 'conselhos'. É do tipo que trabalha em inúmeras atividades ao mesmo tempo e que quase sempre as deixa a meio caminho, ou seja, tem muitos começos e poucos fins.
No decorrer de sua longa vida, terá inúmeras frustrações, e estas podem levá-lo a ter certos problemas físicos, principalmente o sistema nervoso abalado e também a contrair certas doenças de pele, que não se sabe como as supera com grande senso de humor. Na realidade, é um ser lutador, criativo e liberal, que usa de seus predicados, principalmente a oratória, como sustentáculo de sua vida.
DIA DA POPULARIDADE
O nativo deste dia é um ser de rara animação, criatividade, expressão e popularidade. Pode parecer irresponsável para alguns que não o conhecem bem, mas na realidade é um ser altamente responsável, justo e prestativo com tudo e com todos. O 3 é intuitivo, original, honesto, dedicado à família e aos amigos (aos últimos, às vezes até demais).
Gosta de profissões movimentadas, aquelas em que pode aparecer e demonstrar toda a sua versatilidade, sentindo-se totalmente à vontade quando em contato com o público, gostando de ser elogiado, bajulado e de preferência sendo o centro das atenções.
Pelo seu lado extrovertido e amistoso, não suporta ser criticado, apelando para o sentimentalismo daqueles que o criticam ou simplesmente lhe dão 'conselhos'. É do tipo que trabalha em inúmeras atividades ao mesmo tempo e que quase sempre as deixa a meio caminho, ou seja, tem muitos começos e poucos fins.
No decorrer de sua longa vida, terá inúmeras frustrações, e estas podem levá-lo a ter certos problemas físicos, principalmente o sistema nervoso abalado e também a contrair certas doenças de pele, que não se sabe como as supera com grande senso de humor. Na realidade, é um ser lutador, criativo e liberal, que usa de seus predicados, principalmente a oratória, como sustentáculo de sua vida.
Sobre hoje e amanhã
A vida é curta. Se joga!
Ninguém vive pra sempre. Se joga!
O amanhã existe? Se joga!
E hoje? É dia de se jogar.
Mas, e se tudo der errado?
E o que fazer com o maldito medo de sofrer?
Ninguém vive pra sempre. Se joga!
O amanhã existe? Se joga!
E hoje? É dia de se jogar.
Mas, e se tudo der errado?
E o que fazer com o maldito medo de sofrer?
quinta-feira, 3 de março de 2011
A mil pelo Brasil
Muito divertido fazer essa matéria sobre kart adaptado.
No mais, o carnaval será em Joaçaba junto da minha mana querida Luli e do cunhadão Marquera. Na sequência vou para SP, serei madrinha de casamento de uns amigos queridos demais: a madame e o Iguinho. Ela é andante e ele cadeirante. O detalhe, o casório será num cruzeiro. Vai ter mais uma pá de aleijados no navio, vai ser lindo e mega divertido! Cadeirantes Rulez em alto mar!
No mais, o carnaval será em Joaçaba junto da minha mana querida Luli e do cunhadão Marquera. Na sequência vou para SP, serei madrinha de casamento de uns amigos queridos demais: a madame e o Iguinho. Ela é andante e ele cadeirante. O detalhe, o casório será num cruzeiro. Vai ter mais uma pá de aleijados no navio, vai ser lindo e mega divertido! Cadeirantes Rulez em alto mar!
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Baratas, HPS e otras cositás más
O final de semana foi intenso. Muito trabalho na sexta, sábado fui jantar com um bofe. Pensa, primeiro encontro, o cara paga a janta japonesa e em contribuição eu tenho um pirepaque e vou parar no hps. Só acordo em casa e vejo um esparadrapo na mão. Bebi quase nada, mas apaguei. Imagino que foi uma queda de glicemia, às vezes tenho isso. Mas, o fato é que apaguei na mesa do bar e o bofe teve que me carregar. Primeiro encontro com muita emoção :S
E no domingo mais emoção. Tô bem relaxada no banho, cantarolando de olho fechado e quando vejo tem uma barata gigante e de uma feiúra inigualável bem na minha frente, na parede, tipo, poucos centímetros da minha cara. Uma mulher andante sai correndo ensaboada nessa hora. E a aleijada, hã? Me diz? Como fugir sentada na cadeira de banho?
Bom, aos prantos me escondi atrás da cortina do box e comecei a berrar pela minha irmã. Ela tava malhando com o som a mil e não ouviu. Sorte que meu telefone celular tava ali perto. Tremendo de medo e nojo do baratão, liguei e só consegui falar:" vem cá agora, pelo amor de deus!" A louca veio achando que tinha entrado um ladrão, já pronta pra sair no matacobra. Eu só falava "me tira daqui, me tira daqui, tem uma barata horrível".
A mana me puxou pra fora do banheiro peladona de cadeira higiênica e tudo e foi tentar matar a barata.
Pensa numa mulher de 1,80m tentando matar a barata afogada com o chuveirinho enquanto samba e dá gritinhos. A barata mutante não morria. Pela gritaria os vizinhos deveriam ter chamado a polícia. No final da história, sobrevivemos as duas, e a maldita barata morreu.
Mais tensão que isso, só assistindo o Cisne Negro. Recomendo. O filme, não a barata no box.
E no domingo mais emoção. Tô bem relaxada no banho, cantarolando de olho fechado e quando vejo tem uma barata gigante e de uma feiúra inigualável bem na minha frente, na parede, tipo, poucos centímetros da minha cara. Uma mulher andante sai correndo ensaboada nessa hora. E a aleijada, hã? Me diz? Como fugir sentada na cadeira de banho?
Bom, aos prantos me escondi atrás da cortina do box e comecei a berrar pela minha irmã. Ela tava malhando com o som a mil e não ouviu. Sorte que meu telefone celular tava ali perto. Tremendo de medo e nojo do baratão, liguei e só consegui falar:" vem cá agora, pelo amor de deus!" A louca veio achando que tinha entrado um ladrão, já pronta pra sair no matacobra. Eu só falava "me tira daqui, me tira daqui, tem uma barata horrível".
A mana me puxou pra fora do banheiro peladona de cadeira higiênica e tudo e foi tentar matar a barata.
Pensa numa mulher de 1,80m tentando matar a barata afogada com o chuveirinho enquanto samba e dá gritinhos. A barata mutante não morria. Pela gritaria os vizinhos deveriam ter chamado a polícia. No final da história, sobrevivemos as duas, e a maldita barata morreu.
Mais tensão que isso, só assistindo o Cisne Negro. Recomendo. O filme, não a barata no box.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
E na rodoviária de Porto Alegre
Nesse findi aconteceram coisas engraçadas. Fui buscar na rodoviária meu amigo Mauri que também é cadeirante e veio passar uns dias em porto. Cheguei cedo, fiquei esperando, tive que fazer um mix. Comecei a lavar as mãos, mas lavar mesmo, sabe como é chão de rodoviária. Quando vi, estava vazando água e como não sinto o pé, percebi a inundação tarde demais. Meu sapato novo tinha virado o piscinão de ramos e o pé esquerdo estava submerso em água e sabão. Tirei o sapato e no estilo desenho animado esvaziei a água dele na pia. Peguei horrores de papel e foram vários minutos tentando secar a porcaria.
Bueno, passado o episódio do pé no aquário encontrei meu amigo. Eu tinha deixado o carro na vaga pra cadeirantes que existe na rodoviária e é cuidada por um moleque mais errado que nós dois. Eu acho que ele é surdo (pq não fala, apenas emite grunhidos) e tem tb não bate bem das ideias. O fato é que chegamos no carro e o guri veio cheio de boa vontade nos ajudar. Entrei no carro e tentei explicar como colocar a cadeira no porta malas, mas o maluco não escutava. E o excesso de boa vontade não deixava tempo do guri aprender como fazer. Por fim, ele conseguiu colocar minha cadeira no porta malas com a ajuda do Mauri. Tipo, o Mauri foi o cérebro da operação e o moleque executou. O problema é que o cérebro agora estava dentro do carro. Na hora que o Mauri transferiu pro carro, o guri pegou a cadeira e começou a tentar socá-la inteira no banco de trás. Óbvio que não ia caber. Mas, no afã da boa vontade o guri soltava uns gritinhos e tentava enfiar a cadeira pela porta. Eu e o Mauri gritávamos: nãaaao, tem que desmontar! Mas, ele não ouvia. Nisso tinha uma louca estacionada ali do lado, assistindo a comedia da vida aleijada de camarote. Depois de passados cinco minutos e o guri continuar tentando socar a cadeira ela viu que a coisa não ia evoluir e decidiu ajudar. Tanks god. Mauri ensinou como desmontar a cadeira e deu tudo certo. Ai, o guri veio na minha janela, deu uma grunhidela e fez sinal de 'dá um dinheirinho'. Os pilas valeram mais pelas risadas do que pela ajuda, né?
Bueno, passado o episódio do pé no aquário encontrei meu amigo. Eu tinha deixado o carro na vaga pra cadeirantes que existe na rodoviária e é cuidada por um moleque mais errado que nós dois. Eu acho que ele é surdo (pq não fala, apenas emite grunhidos) e tem tb não bate bem das ideias. O fato é que chegamos no carro e o guri veio cheio de boa vontade nos ajudar. Entrei no carro e tentei explicar como colocar a cadeira no porta malas, mas o maluco não escutava. E o excesso de boa vontade não deixava tempo do guri aprender como fazer. Por fim, ele conseguiu colocar minha cadeira no porta malas com a ajuda do Mauri. Tipo, o Mauri foi o cérebro da operação e o moleque executou. O problema é que o cérebro agora estava dentro do carro. Na hora que o Mauri transferiu pro carro, o guri pegou a cadeira e começou a tentar socá-la inteira no banco de trás. Óbvio que não ia caber. Mas, no afã da boa vontade o guri soltava uns gritinhos e tentava enfiar a cadeira pela porta. Eu e o Mauri gritávamos: nãaaao, tem que desmontar! Mas, ele não ouvia. Nisso tinha uma louca estacionada ali do lado, assistindo a comedia da vida aleijada de camarote. Depois de passados cinco minutos e o guri continuar tentando socar a cadeira ela viu que a coisa não ia evoluir e decidiu ajudar. Tanks god. Mauri ensinou como desmontar a cadeira e deu tudo certo. Ai, o guri veio na minha janela, deu uma grunhidela e fez sinal de 'dá um dinheirinho'. Os pilas valeram mais pelas risadas do que pela ajuda, né?
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Back again
Depois das férias incríveis, tive uma incrível pneumonia. Yeah, ar condicionado gelado, calor escaldante, cigarrinho de menta e imunossupressores não combinam. No laudo médico estava escrito 'BPC grave', bronco pneumonia grave. Dois terços do pulmãozito direito ficaram tomados de bactérias e tomei na veia uma cacetada de antibióticos. Perdi a conta de quantas vezes me furaram as veias em dez dias de internação. O recorde foi uma sequencia fenomenal de seis agulhadas e nada de sangue. Meus acesos venosos são difíceis. Quase fui pra uti, fiquei no oxigênio, tive uma constipação bizarra que quase me fez ir pra faca e sobrevivi. Mais uma vez, vaso ruim não quebra.
Foi foda, passei mal, ruim mesmo. Mas, ao mesmo tempo foi bom. Parei de fumar, estou mascando chicletes de nicotina para afastar a rabugice e a abstinência. Revi atitudes e consegui finalmente estabelecer as metas para 2011: trocar de carro (passatão dá muita manutenção), morar sozinha (quase trinta na cara morando com a mamãe não dá!), trabalhar na rébs, voltar a malhar e fazer os alongamentos das pernas direitinho e fazer a porra do livro virar filme.
O negócio é deitar de noite e visualizar os objetivos. O negócio é durante o dia tomar as atitudes certas para conseguir o que se quer. O negócio é acreditar que tudo é possível e que se somos todos feitos da mesma inhaca, se uma pessoa pode, porque eu não poderia? Não tem uma pá de aleijado que mora sozinho? Então eu também vou conseguir. Vai ser difícil? Com certeza, pelo menos no começo. Vai ser foda ter que levantar pra buscar copo de água ao invés de escravizar os andantes da casa, mas tudo tem solução: frigobar do lado da cama!
E a bipolaridade segue a mil. Tem dias que tudo faz sentido e a vida vale a pena. Tem dias que não acho lugar no mundo e respirar é um sacrifício. Terapia now. Mais um objetivo.
Foi foda, passei mal, ruim mesmo. Mas, ao mesmo tempo foi bom. Parei de fumar, estou mascando chicletes de nicotina para afastar a rabugice e a abstinência. Revi atitudes e consegui finalmente estabelecer as metas para 2011: trocar de carro (passatão dá muita manutenção), morar sozinha (quase trinta na cara morando com a mamãe não dá!), trabalhar na rébs, voltar a malhar e fazer os alongamentos das pernas direitinho e fazer a porra do livro virar filme.
O negócio é deitar de noite e visualizar os objetivos. O negócio é durante o dia tomar as atitudes certas para conseguir o que se quer. O negócio é acreditar que tudo é possível e que se somos todos feitos da mesma inhaca, se uma pessoa pode, porque eu não poderia? Não tem uma pá de aleijado que mora sozinho? Então eu também vou conseguir. Vai ser difícil? Com certeza, pelo menos no começo. Vai ser foda ter que levantar pra buscar copo de água ao invés de escravizar os andantes da casa, mas tudo tem solução: frigobar do lado da cama!
E a bipolaridade segue a mil. Tem dias que tudo faz sentido e a vida vale a pena. Tem dias que não acho lugar no mundo e respirar é um sacrifício. Terapia now. Mais um objetivo.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Soco no Olho
Ano Novo é sempre um momento de reflexão, né? A gente pára pra pensar na vida, rever projetos, decidir o que fazer com o tempo. Depois da lesão, o Ano Novo tem pra mim também uma carga pesada. Tipo, mais um ano que se vai e eu ainda não voltei a caminhar. Ou, mais um ano de cadeira. Depois da virada de ano fantástica (conto breve) em Floripa com a família, já de volta a porto alegre, eu tava nesse climinha de autopiedade quando fui pro salão me arrumar. Nada melhor do que um 'trato' na carcaça pra levantar o astral de uma mulher.
E no vuco vuco de escovas e secadores comecei a trocar uma ideia com uma das clientes. A guria se chama Ananda, tem 26 anos e uma vida de perdas que me deixou perplexa. Saca a tragédia: Ela tem como irmãos um casal de gêmeos que nasceram prematuros. A menina ficou cega na encubadora e tem autismo. A mãe deles teve depresssão pós parto e se matou 10 dias depois que os gêmeos nasceram. Pulou da janela de um prédio. Ananda tinha 5 anos. Aos 8, perdeu o pai num acidente de trânsito. Cada irmão foi criado por um parente.
Amanhã, Ananda se forma em Direito e olhando pra ela tu jamais diria que ela teve que superar tanta coisa. Foi um soco no olho, no melhor estilo 'acorda e pára de reclamar da vida'.
E no vuco vuco de escovas e secadores comecei a trocar uma ideia com uma das clientes. A guria se chama Ananda, tem 26 anos e uma vida de perdas que me deixou perplexa. Saca a tragédia: Ela tem como irmãos um casal de gêmeos que nasceram prematuros. A menina ficou cega na encubadora e tem autismo. A mãe deles teve depresssão pós parto e se matou 10 dias depois que os gêmeos nasceram. Pulou da janela de um prédio. Ananda tinha 5 anos. Aos 8, perdeu o pai num acidente de trânsito. Cada irmão foi criado por um parente.
Amanhã, Ananda se forma em Direito e olhando pra ela tu jamais diria que ela teve que superar tanta coisa. Foi um soco no olho, no melhor estilo 'acorda e pára de reclamar da vida'.
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