Ano Novo é sempre um momento de reflexão, né? A gente pára pra pensar na vida, rever projetos, decidir o que fazer com o tempo. Depois da lesão, o Ano Novo tem pra mim também uma carga pesada. Tipo, mais um ano que se vai e eu ainda não voltei a caminhar. Ou, mais um ano de cadeira. Depois da virada de ano fantástica (conto breve) em Floripa com a família, já de volta a porto alegre, eu tava nesse climinha de autopiedade quando fui pro salão me arrumar. Nada melhor do que um 'trato' na carcaça pra levantar o astral de uma mulher.
E no vuco vuco de escovas e secadores comecei a trocar uma ideia com uma das clientes. A guria se chama Ananda, tem 26 anos e uma vida de perdas que me deixou perplexa. Saca a tragédia: Ela tem como irmãos um casal de gêmeos que nasceram prematuros. A menina ficou cega na encubadora e tem autismo. A mãe deles teve depresssão pós parto e se matou 10 dias depois que os gêmeos nasceram. Pulou da janela de um prédio. Ananda tinha 5 anos. Aos 8, perdeu o pai num acidente de trânsito. Cada irmão foi criado por um parente.
Amanhã, Ananda se forma em Direito e olhando pra ela tu jamais diria que ela teve que superar tanta coisa. Foi um soco no olho, no melhor estilo 'acorda e pára de reclamar da vida'.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
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